sábado, 11 de abril de 2009

CULTURA HOJE EM DIA - Mineiros comentam participação no Fringe 2009

Miguel Anunciação
Crítico/Espetáculos

Oito espetáculos de Minas embarcaram rumo ao Fringe, a mostra paralela da 18ª edição do Festival de Curitiba. Tarefa não muito simples: não bastasse a concorrência - este ano, o número de espetáculos escalados ultrapassou os 260 -, a coordenação do evento não oferece exatamente uma infraestrutura. Quem chega, na maioria das vezes, põe a mão no bolso. “Estamos satisfeitíssimos por ter ido, mesmo com o bolso ainda doendo, porque pegamos empréstimo para enfrentar os custos”, diz o ator e produtor Luiz Arthur, que levou, ao Fringe, “Fala Comigo Como a Chuva” e “A Morte de DJ em Paris”.
Orçada em R$ 8,5 mil, a empreitada da Cia Teatro Adulto envolveu transporte de cenário por caminhão, passagens aéreas, alimentação, hospedagem e material de divulgação. “A estrutura do evento é mínima, aproveitamos só o convênio com o hotel”, diz. O custo e labuta, felizmente, se reverteu em mídia positiva: “Tivemos várias matérias para Fala Comigo, críticas maravilhosas, inclusive o primeiro lugar do Fringe segundo os jornalistas. É só ir ao google. Todos os jornalistas que cobrem teatro no Brasil, estavam lá e nos destacaram”, comenta Luiz, frisando que até “A Morte de DJ em Paris”, escalado em horários ingratos, num teatro fora de mão, foi saudado. “Teve uma crítica maravilhosa”.
Informalmente, a curadora do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FiacBahia), a alemã Nehle Franke falou ao HOJE EM DIA do interesse em levar “Fala Comigo” à segunda edição do evento, em novembro. Teria ficado impressionada com a interpretação de Samira Ávila como a esposa abandonada pelo marido num hotel. Gostado o bastante para justificar o convite. Os desdobramentos da crise econômica determinarão se o convite se confirma ou não.
Mas a Cia Teatro Adulto não deita sobre os louros colhidos na capital paranaense. “Estamos trabalhando muito, mandando nosso material a todos os festivais”, afirma Luiz. “E queremos voltar a nos apresentar em BH, se possível neste primeiro semestre, até porque tivemos casas lotadas e ótimos comentários nas três temporadas que já fizemos”, coloca Luiz, contendo a decepção por “Fala Comigo” ter apenas uma indicação ao Prêmio Sesc/Sated deste ano. “O que posso dizer é que nosso espetáculo sempre teve respaldo de público e crítica”. Bom, não se pode negar o esforço da coordenação em arruinar a respeitabilidade do prêmio.

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