sábado, 4 de abril de 2009

Eu te espero junto à janela

Ele se lembrou e ligou e ela estava parada, à janela, tentando enxergar a calçada lá embaixo (já estava escuro), quando o telefone tocou. Atravessou a sala com dificuldade, arrastando uma perna, sentou-se no sofá, colocou os óculos e checou o número. Sim, era ele. Ele se lembrou. Ele ligou. Recostou-se no sofá, tirou os óculos, fechou os olhos e, sorrindo, saboreou a campainha do telefone até que ela não existisse mais.

(lucélia majistral)
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