quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
ATÉ OS SONHOS, QUE SÃO AS COISAS MAIS INTANGÍVEIS E DELICADAS, PODEM SE MOSTRAR INCRIVELMENTE DIFÍCEIS DE MATAR."
Introdução de "Coisas Frágeis" - Neil Gaiman
Ed. Conrad
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
Silence
...
Reflexões:
1.ª- para os outros eu não era aquele que, para mim, tinha até então julgado ser;
2.ª- não podia ver-me viver;
3.ª- não podendo ver-me viver, permanecia estranho a mim mesmo, ou seja, alguém que os outros podiam ver e conhecer, cada qual à sua maneira, e eu não;
4.ª- era impossível colocar-me diante desse estranho para o ver e conhecer, eu podia ver-me, mas não vê-lo;
5.ª- para mim o meu corpo, se o observava de fora, era como uma aparição, uma coisa que não sabia que vivia e ficava ali, à espera que alguém pegasse nela;
6.ª- tal como eu pegava no meu corpo para ser, por vezes, como me queria e me sentia, também qualquer um podia pegar nele para lhe dar uma realidade à sua maneira;
7.ª- finalmente, aquele corpo, por si mesmo, era de tal forma nada e de tal forma ninguém que um fio de ar podia, hoje, fazê-lo espirrar, amanhã, levá-lo consigo.
Luigi Pirandello
http://theresonly1alice.blogspot.com/
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
SOMETHING
SOMETHING IN THE WAY SHE MOVES
ATTRACTS ME LIKE NO OTHER LOVER
SOMETHING IN THE WAY SHE WOOS ME
I DON´T WANT TO LEAVE HER NOW
YOU KNOW I BELIEVE AND HOW
SOMEWHERE IN HER SMILE SHE KNOWS
THAT I DON´T NEED NO OTHER LOVER
SOMETHING IN HER STYLE THAT SHOWS ME
I DON´T WANT TO LEAVE HER NOW
YOU KNOW I BELIEVE AND HOW
YOU´RE ASKING ME WILL MY LOVE GROW
I DON´T KNOW, I DON´T KNOW
YOU STICK AROUND NOW IT MAY SHOW
I DON´T KNOW, I DON´T KNOW
SOMETHING IN THE WAY SHE KNOWS
AND ALL I HAVE TO DO IS THINK OF HER
SOMETHING IN THE THINGS SHE SHOWS ME
I DON´T WANT TO LEAVE HER NOW
YOU KNOW I BELIEVE AND HOW
George Harrison
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
when wishes explodes
"As coisas se desprenderam de mim.
Eu prolonguei certos desejos;
eu perdi amigos, alguns para a morte...
outros pela incapacidade de atravessar a rua."
Virginia Woolf
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
In her torment
A verdade é que não desejava intimidade, desejava conversa. A intimidade é um dos caminhos para o silêncio, e mrs. Crowe abominava o silêncio. Era preciso haver conversa, e que esta fosse geral e que abarcasse tudo. Não devia ser profunda demais nem inteligente demais, pois se progredisse muito nessas direções alguém certamente se sentiria de fora, e ficaria sentado ali, balançando a xícara de chá, sem dizer nada.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Eu preciso descansar meu coração...
sábado, 6 de dezembro de 2008
Sereníssima
Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta o meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E você vai logo ver o que acontece
Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades,
Tínhamos a idéia mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia
Já passou, já passou - quem sabe outro dia.
Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade.
Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho
Mas não vou brigar por causa disso
Até penso duas vezes se você quiser ficar.
Minha laranjeira verde, porque está tão prateada?
Foi da lua desta noite, do sereno da madrugada
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo.
Renato Russo
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora
Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim?
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo
E quando eu vejo o mar,
Existe algo que diz,
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem
Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?
- Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
GARGALHADA ( GUIMARÃES ROSA )
e que ias partir,
dura, precisa, bela e inabalável,
com a impassibilidade de um executor,
dilatou-se em mim o pavor das cavernas vazias...
Mas olhei-te bem nos olhos,
belos como o veludo das lagartas verdes,
e porque já houvesse lágrimas nos meus olhos,
tive pena de ti, de mim, de todos,
e me ri
da inutilidade das torturas predestinadas,
guardadas para nós, desde a treva das épocas,
quando a inexperiência dos Deuses
ainda não criara o mundo...
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Love me Tender (words & music by vera matson - elvis presley)
(when at last my dreams come true Darling this I know Happiness will follow you Everywhere you go).
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
CONTATO IMEDIATO
Se alguém de longe me escutar
Que venha aqui pra me buscar
Me leve para passear
No seu disco voador
Como um enorme carrossel
Atravessando o azul do céu
Até pousar no meu quintal
Se o pensamento duvidar
Todos os meus poros vão dizer
Estou pronto para embarcar
Sem me preocupar e sem temer
Vem me levar
Para um lugar
Longe daqui
Livre para navegar
No espaço sideral
Porque sei que sou
Semelhante de você
Diferente de você
Passageiro de você
À espera de você
No seu balão de são joão
Que caia bem na minha mão
Ou numa pipa de papel
Me leve para além do céu
Se o coração disparar
Quando eu levantar os pés do chão
A imensidão vai me abraçar
E acalmar a minha pulsação
Longe de mim
Solto no ar
Dentro do amor
Livre para navegar
Indo para onde for
O seu disco voador
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
que mesmo depois que me
despedisse e fechasse
a porta
e descesse todos
os degraus troteando
a escada em espiral
e entrasse no táxi, boa-noite
siga reto, por favor, à
direita, o troco, obrigada
e acenasse para o porteiro
mesmo depois que eu apertasse
o botão do elevador, procurando
o chaveiro na bolsa
abrisse a porta de casa
tirasse os sapatos, os brincos
escovasse os dentes, os cabelos
mesmo depois que eu
dormisse e sonhasse e até a hora
em que acordasse, você ainda estaria
com os olhos
presos
à porta.
Alice SantAnna
sábado, 18 de outubro de 2008
E eu vou passear pela praia...
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Canção na plenitude - Lya Luft
O que te posso dar é mais que tudo o que perdi:
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
entre o cascalho e a duna
a chuva de Verão chove-me na vida
sobre mim a vida que me foge persegue-me
e vai acabar no dia do começo
caro instante vejo-te
nesta névoa que se levanta
quando não tiver de pisar estas longas soleiras movediças
e viver o espaço de uma porta
que se abre e que se fecha
Samuel Beckett
sábado, 4 de outubro de 2008
UMA HISTÓRIA DE AMOR
Menino, ele de longe olhava os pescadores nos seus barcos levados pelo vento. Pensava que o mar não tem fim. Pensava que os pescadores eram felizes porque não precisavam plantar peixes para colher depois. O mar era generoso: ele mesmo plantava os peixes que os pescadores só faziam colher com as suas redes. Tinha inveja dos pescadores. Ele era filho de agricultores. Tinha de plantar para colher. Diferente do mar, a terra tinha fim. Todos os pedaços de terra, os menores, os mais insignificantes, todos já estavam sendo cultivados. Os pescadores, se quisessem mais, bastava-lhes navegar mar a dentro. Mas os agricultores não podiam querer mais. A terra chegara ao fim. Quem quisesse mais terra para cultivar teria que sair da terra conhecida e ir em busca de outras terras, além do mar sem fim.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Amor, então, também, acaba?
terça-feira, 30 de setembro de 2008
CASAMENTO
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
Texto extraído do livro "Adélia Prado - Poesia Reunida", Ed. Siciliano
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Jane Austen