segunda-feira, 30 de junho de 2008

by Maggie Taylor

" O Mundo, ele é tão grande e largo

O céu também tão elevado e vasto

Tenho de abarcar tudo isso com os olhos

Mas mesmo pensar nisso parece impossível.

Para encontrar-te no infinito

Deves diferenciar e então juntar

Por isso minha canção alada agradece

Ao homem que diferenciou as

nuvens. "

( Johann Wolfgang Von Goethe)











"O perecível é apenas símile. O imperfectível. Perfaz-se enfim. O não-dizível culmina aqui. O Eterno-Feminino acena, céu-acima." (Goethe)



By Nicoletta Ceccoli

domingo, 29 de junho de 2008

Uriel, Arcanjo das Dominações
Me cubra com vosso raio de bondade e justiça
me faça amar a honestidade.
Abençoa-me com a tolerância e a paciência,
que eu em todos os momentos de minha existência
saiba avaliar, distinguir, discernir
e nunca julgar.
Agradeço, glorioso arcanjo,
pela benevolência, compreensão
e por sempre alcançar minhas metas
com dignidade e contentamento
lutando pela verdade e amando
o Universo.
Amém

sábado, 28 de junho de 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008


Ora, só existe ausência do outro: é o outro que parte, sou eu quem fica. O outro está em estado de perpétua partida, de viagem; é por vocação, migrador, fugidio; eu sou, eu que amo, por vocação inversa, sedentário, imóvel, à disposição, à espera, PLANTADO NO LUGAR, em sofrimento, como um pacote num canto obscuro da estação. A ausência amorosa vai apenas numa direção, e pode ser dita apenas a partir de quem fica – e não de quem parte: eu, sempre presente, constitui-se apenas diante de ti, sempre ausente. (Barthes, sempre)



Historicamente, o discurso da ausência é sustentado pela Mulher: a Mulher é sedentária, o Homem caçador, viajante; a Mulher é fiel (ela espera) , o Homem é inconstante (ele navega, corre atrás de rabos-de-saia). É a Mulher que dá forma à ausência, ELABORA-LHE A FICÇÃO, pois tem tempo para isso; ela tece e ela canta...

terça-feira, 24 de junho de 2008




Fanatismo - Florbela Espanca


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida

Meus olhos andam cegos de te ver !

Não és sequer a razão do meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida !


Não vejo nada assim enlouquecida ...

Passo no mundo, meu Amor, a ler

No misterioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida !


"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."

Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim !

E, olhos postos em ti, digo de rastros :

"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."


Livro de Soror Saudade (1923)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Assim como as coisas
do nada e nada se defurtam
para súbito acontecer
se saindo de muralhas;
foi assim: ela sentira sede (...)
talvez nem fosse bem sede,
como recordar-se? (...)
pressentiu-o - olhou
(...) soube-o, antes sob o instante (...)
Guimarães Rosa

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Árvore da Felicidade - O Jogo do Contente

Ressignificação de conteúdo - aprendendo a ser 'doce como Pollyanna...'


Menina de onze anos, filha de um missionário pobre, que após ficar órfã, vai morar em outra cidade com uma tia rica, rígida e severa, à qual não conhecia previamente.
Pollyanna ensina às pessoas de sua relação na nova comunidade o jogo do contente, que havia aprendido com seu pai no dia em que esperava ganhar uma boneca e recebeu um par de muletas (!).
Seu pai lhe explicou que não existia nada que não pudesse ter por dentro qualquer coisa capaz de nos fazer contentes, e ela então ficou contente por não precisar das muletas...
Depois desse dia, criou o jogo de procurar em tudo que havia ou acontecia alguma coisa que a deixasse contente, e passa a ensinar isso a todas as pessoas tristes, aborrecidas ou mal-humoradas.
Ela dizia: "Muitas vezes me acontece de brincar o jogo do contente sem pensar, a gente fica tão acostumada que brinca sem saber. Em tudo há sempre alguma coisa capaz de deixar a gente alegre; a questão é descobri-la."

Contraponto

"The Wanderer" Loretta Lux


"Ao mesmo tempo que me identifico "sinceramente" com a infelicidade do outro, o que leio nessa infelicidade é que ela se desenrola sem mim, e que, sendo infeliz por si mesmo, o outro me abandona: se sofre sem que eu seja a causa, é que não conto para ele: seu sofrimento me anula na medida em que o constitui fora de mim mesmo. Isso posto, reviravolta: já que outro sofre sem mim, porque sofrer em seu lugar? Sua infelicidade leva-o para longe de mim, nada posso senão me esbaforir correndo atrás dele sem nunca poder ter a esperança de alcançá-lo, entrar em coincidência com ele. Afastemos-nos pois um pouco, realizemos o aprendizado de uma certa distância. Que surja a palavra recalcada que assombra aos lábios de todo sujeito logo que este sobrevive à morte do outro: Vivamos! Sofrerei pois com o outro, mas sem exagerar, sem me perder. A esta conduta, ao mesmo tempo muito afetiva e muito vigiada, muito amorosa e muito policiada, podemos dar um nome: é a delicadeza." Barthes
Falamos tanto em não conseguir se soltar das coisas as quais nos sentimos presos, das coisas que parecem imutáveis. Mas, faço um voto à liberdade. Essa que só se consegue assumindo a angústia que a acompanha. Faz pouco mais de um ano que me liberto das coisas que não quero mais com boas conversas, bons silêncios ou bons médicos... Realizar o aprendizado da distância. Não se perder na infelicidade do outro. "Porque sendo infeliz por si mesmo, o outro me abandona". Mas, sim, Vivamos!
Acho que já desejei que a Mulher fosse embora, para a praia e sob um nome falso...
Samira

terça-feira, 17 de junho de 2008

Un jour, mon Prince viendra...


Uhu!



Cia Teatro Adulto & Linda Ataka!


Nosso mascote, o 'Marcel'. E o nosso 'conhacão da alegria'!

Salve Guilherme Fiuza e Cristiano Abud! - Gravação do espetáculo dias 14 e 15 junho: "isso é cinema"


Os pensamentos da Mulher

Achei a "Mulher" no Fotolog de uma pessoa, outra mulher, que desconheço ainda... Estou impressionada. Olha isso:


"Chegou em casa decidida a pouco fazer. Pensou em ler livros, folhear revistas, ouvir boa música, desistiu. Quis apenas tomar o chá quentinho que fizera e comer bolachas de água e sal. Da beira da janela, observava a chuva que caía fortemente sobre os vidros.Começou a rever ações, a julgar razões, a dar soluções, a brincar de Deus. Em pensamentos, quis ser constante, andou errante, era uma infante. Acabou com tudo, parou com o mundo, seguiu seu rumo; buscou a sorte, conquistou o Norte, encontrou a fé, continuou de pé, tornou-se mulher... Já não havia tempo... tudo era passado, tudo tinha mudado, o amor estava morrendo, a chuva caindo. Desiludida, quisera ter paz, sossegar nunca mais, encontrar um amor, consolar-se na dor, inquietar as prisões, sentir emoções. Tudo era errado, não mais que pecado, todos mudaram, os homens mentiram; os caminhos em desconexos límpidos, os opostos gladiavam, a raiva era luxo, a saudade uma gafe, o tormento inconstante, a salvação distante, o Herói impotente. Reflexiva, estática ficara. Não havia mais desejos, ilusões, sonhos com os quais sonhar. A fé tinha chegado ao fim e a solução tornava-se, cada vez mais, irremediável. Lágrimas caíam..As pressões a sufocam quanto mais seus sonhos eram verossímeis. Suas ações eram indignas as vontades e anseios de Deus. Tudo estava por um fio. Já não mais sentia sensações, não pensava mais em emoções; tudo era vaidade, a verdade uma saudade, as máscaras perduravam, a chuva passava, seu coração acelerava. Nesse instante, seu músculo involuntário seguiu os caminhos da chuva que havia parado. Diante de Deus, pediu pela paz, ansiou por morais, conquistou a fé, descobriu o rancor, chorou pelos céus... Tentou animar-se, fazer sua parte, sentiu um desejo, lutou por um beijo, ganhou um clamor que a solidificou. A verdade era pura ao mesmo que imatura. A mentira, um universo de sensações várias de alucinação com crises de mau amor. E só então, ela descobrira que seu destino estava arranjado, só não havia avisado. As vibrações que sentira eram as gotas doces das chuvas transformadas em lágrimas diante da paisagem que os vidros cobriam em sua casa. Justamente ali, o amor sorriu e não mais a inquietou, pois recuperara sua crendisse Nele e isso afagava seu peito, que resplandeceu de flores de jasmin e exalavam o perfume da serenidade que somente a felicidade é capaz de cumprir. Valeu a pena docemente chover.''

PS.: este texto baseia-se em reflexões do clássico de mesmo nome, do autor americano Tennessee Williams. Em sua obra, o dramaturgo faz a síntese de grande parte do desespero existencial com que trata seus personagens. A crueldade maior da história é que ela fala da desilusão do amor, da solidão e da incapacidade do ser humano em ser feliz justamente na base da sociedade: a juventude.
Livro: Fala comigo doce como a chuva
Autor: Tennesse Williams

sábado, 14 de junho de 2008


"Se me permitem divagar sobre meu livro, é que não se trata em nenhum grau de uma obra de raciocínio, é que os seus mais ínfimos elementos me foram fornecidos pela minha sensibilidade, que os encontrei no fundo de mim mesmo, sem os compreender, tendo tanto trabalho em convertê-los em algo inteligível, como se eles fossem tão estranhos ao mundo da inteligência, como dizer?, como um motivo musical. Parece-me que vocês podem estar pensando que se trata de meras sutilezas. Oh, não! Eu lhes asseguro: ao contrário, de realidades. O que não tivemos de esclarecer nós mesmos, o que estava claro antes de nós (por exemplo, idéias lógicas) tudo isso não é realmente nosso, não sabemos nem mesmo se é real. É apenas parte do 'possível' que elegemos arbitrariamente.
Aliás, vocês sabem, isso se vê imediatamente no estilo.
O estilo não é de maneira alguma um enfeite como crêem certas pessoas, não é sequer uma questão de técnica, é - como a cor para os pintores - uma qualidade da visão, a revelação do universo particular que cada um de nós vê, e que não vêem os outros. O prazer que nos dá um artista é de nos fazer conhecer um universo a mais."
Entrevista concedida por Marcel Proust ao Jornal Le Temps em 14 de novembro de 1913, antevéspera da publicação de No caminho de Swann Vol 1 - Em busca do Tempo Perdido

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Fulfilment 1905-09
GUSTAV KLIMT
"...e porque talvez tudo fosse novo, imenso e assustador e tão terno, naquele momento, daquela maneira, precisou fechar os olhos e contar até 10. Não, ela não era uma menina indefesa nem sozinha numa floresta escura, mas ainda assim algumas daquelas "coisas" que haviam acontecido durante o dia a deixaram com uma sensação que tinha quando ainda bem pequena, como se as páginas dos livros de estória a pudessem engolir e ela fosse cair do lado de João e Maria como se eles pulassem para dentro do seu quarto e juntos tivessem que se resolver com os doces e a bruxa. Estava atordoada, essa era a palavra. Atordoada. Atordoada. Repetiu várias vezes para tentar decifrar o que aquilo significava, dividiu as sílabas, queria mesmo era poder separá-las de forma que fosse capaz até de enfraquecer o poder da palavra, atordoada, ai. Claro, Alice deve se sentir assim quando chega o redemoinho e o resto todo mundo sabe, meu Deus, tantas vezes ... Mas agora ela era a Alice e o mundo não lhe parecia ser das maravilhas e aquele dia poderia ser definitivo: precisava aceitar que certas coisas são porque são e sim, certas vezes magoamos e somos magoados e sim, certas vezes isso é preciso e pronto. Tudo havia mudado de cores há já tanto tempo, estava tudo borrado e extremamente vivo e quente e de um escuro-claro agonizante e lindo. Sabe aquele momento em que você quer muito dizer a alguém "olha eu preciso de você eu penso muito nisso e é engraçado porque até já sonhei acordada que estava dormindo e de repente acordava e você estava do meu lado me olhando e foi um susto porque foi tão real e tão lindo então fica comigo fica comigo fica comigo, não podemos deixar passar eu com você podemos ... nosso mundo pode ficar bonito de verdade e podemos vencer o gigante e ser felizes para sempre foi assim com Branca de Neve ..." e daí você abre a boca e não sai nada ou só bobagem e o sentimento que fica é de que passou, aquele momento e toda a coisa ficou agora lá atrás e talvez não seja mais possível fazer nada? Então, era isso que Maria ou Branca sentiriam? Ela podia ser todas ou nenhuma, mas era aquilo que naquele momento sentia e nem mesmo chorar, porque talvez faltasse uma música bem triste ou um vento bem forte ou um banho bem quente. Talvez. De olhos fechados tudo fica tão mais certo, pensou e decidiu que pelo resto do dia sempre que o seu coração fosse ameaçar ficar pequeno ou explodir ou qualquer coisa a fizesse pensar no que não havia acontecido ela iria fechar os olhos e assim todo o triste do mundo ficaria para fora da porta . E decidiu reler as suas estórias preferidas e ficar vendo as figuras e ..."
Cy.

Nossa primeira viagem. E que venham muitas!









Dia 09 junho 21h e dia 10 junho 15h30 - Ipatinga MG

Montagem em Ipatinga dia 09 junho - Passo a passo














Beijo grande para toda a equipe do Teatro do Centro Cultural Usiminas ( Jorge e seus meninos ) e a turma bacana do Festival de Teatro de Ipatinga 1a edição ( Claudinei, Adão e moçada ).
Obrigada pelo carinho!