segunda-feira, 28 de julho de 2008

terça-feira, 22 de julho de 2008


Hoje acordei com uma sensação de 'cama vazia'.

Um desejo de abraço sabe? Mas aquele que surpreende a gente, que chega e , sem esperar nem nada. Tão bom. Quase uma dança: pra lá, pra cá. Hum...

Ai, esse frio debaixo da coberta...
Ai, essa chuva que não chove. Esse vento, esse tempo.
Hoje acordei com saudade dos dois em cena. Dos fora de cena. Da música. Do texto. Da água.
De tudo.

domingo, 20 de julho de 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Gérard Laurenceau
Nada me aborrece mais do que ver as pessoas se atormentarem umas às outras; e sobretudo os jovens, em plena primavera da vida, quando o coração podia desabrochar a todas as alegrias, estragarem reciprocamente os seus melhores dias, para reconhecerem mais tarde que esbanjaram bens que nunca mais serão recuperados. (...)
- Nós lamentamos com frequência que haja tão poucos dias felizes e tantos dias infelizes; e isto, ao que me parece, é um erro. Se nosso coração estivesse sempre disposto a fruir, sem idéias preconcebidas, os bens que Deus nos dispensa cada dia, teríamos tambem força para suportar os maus dias, quando eles nos chegam. (...)
Sei por experiência própria: quando alguma coisa me contraria e fico com vontade de aborrecer-me, ergo-me imediatamente e caminho de um lado para o outro do jardim, cantando qualquer compasso de dança; e tudo passa logo. (...)
Infeliz daquele que usa do seu poder sobre um coração para abafar as ingênuas alegrias que nele nascem espontaneamente! Todas as dádivas, todas as gentilezas deste mundo não compensam um só dos instantes em que possamos ser felizes por nós mesmos, se esses instantes forem envenenados (...)
Ah! Se disséssemos a nós mesmos, cada dia: "Tu só podes fazer uma coisa aqueles a quem amas: deixar-lhes as alegrias que possuem e aumentar a sua felicidade participando dessas mesmas alegrias!"
Werther - Goethe

quinta-feira, 17 de julho de 2008

The Tree of Life · John Piper
Cartoon for a window at Charing Cross Hospital Chapel, London - 1977

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Ouve o silêncio. O que te falo nunca é o que te falo e sim outra coisa.
Capta essa coisa que me escapa e no entanto vivo dela. (...)
Não adiantaria explicar porque a explicação exige uma outra explicação que exigiria uma outra explicação e que se abriria de novo para o mistério.
A verdade está em alguma parte: não a descobrirei e no entanto vivo dela.
Há perguntas que me fiz em criança e que não foram respondidas.
Parece-me pela primeira vez que estou sabendo das coisas.
E estremece em mim o mundo.
Clarice Lispector/Água Viva

quarta-feira, 9 de julho de 2008

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Coisas da atriz, mas também da Mulher

Hoje sou “uma bola de substância irritável”.
Meus pés constantemente congelam, dando uma parecência de flutuamento. Não estou sabendo o grau de publicidade que devo dar à angústia. Acho melhor dar de menos, pois sou altamente influenciável pela dimensão e atenção que dou às coisas. Tapos os olhos constantemente. Não vejo e também não ouço. Um autismo conveniente. Consigo tirar do meu mapa de visão qualquer um que me desagrade. Passo correndo de bancas de resvistas, se o tema da semana me pertuba. Desvio todos os assuntos, sem que ninguém perceba. Nem eu, na hora. Só depois, e talvez. Tem coisa também que não deixo sentir na hora. Tamanho preparo para ocasiões, que pré-organizo. Depois choro na derrota do fluminense, enquanto um jogador chora. Não conheço esse time, nunca ouvi falar. Mas, chorei, em abundância, na sua derrota na semana passada. Sim, a vida é blá blá blá. Eu sou: blá, blá, bla. Eu só quero que meu blá faça algum sentido essa semana, e sou capaz de ser feliz por somente isso. Mas, no fundo, também quero dar uma volta na europa.
S.

sábado, 5 de julho de 2008

Josef Sudek


Polly deixou-se ficar, durante um pouquinho, em cima da cama chorando. Depois enxugou as lágrimas e foi ver-se ao espelho. Molhou uma ponta da toalha no jarro da água e refrescou os olhos. Viu-se também de perfil e arranjou um gancho do cabelo que estava caindo, ao lado da orelha.
Em seguida, voltou de novo para a cama e sentou-se. Olhou por um momento as almofadas e isso acordou nela lembranças secretas e agradáveis. Deixou cair o pescoço contra o ferro frio da cama e começou a sonhar. Já não se notava perturbação alguma em seu rosto.
Ficou esperando pacientemente, quase satisfeita, sem nenhum alarme os seus pensamentos traziam-lhe gradualmente esperanças e visões para o futuro. As esperanças e visões eram de tal modo intrincadas
que já não via claro
nem se lembrava de que estava esperando alguma coisa.
Casa de Hóspedes - James Joyce