domingo, 29 de novembro de 2009

Votos de Submissão

vhils
...

Caso você queira posso passar seu terno,aquele que você não usa por estar amarrotado. Costuro as suas meias para o longo inverno... Use capa de chuva, não quero ter você molhado. Se de noite fizer aquele tão esperado frio poderei cobrir-lhe com o meu corpo inteiro. E verás como a minha pele de algodão macio, agora quente, será fresca quando for janeiro.

Nos meses de outono eu varro sua varanda,para deitarmos debaixo de todos os planetas. O meu cheiro te acolherá com toques de lavanda - Em mim há outras mulheres e algumas ninfetas - depois plantarei para ti margaridas da primavera

e aí no meu corpo somente você e leves vestidos, para serem tirados pelo seu total desejo de quimera.

- Os meus desejos, irei ver nos seus olhos refletidos. - Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim. Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim. (Nem vou deixar – mesmo querendo – nenhuma fotografia. Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda minha poesia.)

FERNANDA YOUNG


domingo, 8 de novembro de 2009

Fábio Napoleoni

Ama-me por amor do amor somente.
Não digas: “Amo-a pelo seu olhar,o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente
minh’alma em comunhão
constantemente
com a sua”.
Por que pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.
Nem me ames pelo pranto que a bondadede tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontadede chorar,
teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade
Elizabeth Barrett Browning Tradução: Manuel Bandeira

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

É impossível ouvir um poema sem que ele mude você.

(James Dean)
...

... Eles o ouviram, e o poema os colonizou, tomou posse deles, e os habitou. Os ritmos do poema passaram a fazer parte do modo de pensar deles. Suas imagens transformaram para sempre as metáforas deles. Seus versos, seu modelo de ver, suas aspirações se tornaram a vida deles. Depois de uma geração, as crianças já nasciam sabendo o poema, e logo, porque essas coisas são assim, já não nasciam mais crianças. Não havia necessidade delas, não mais. Só havia um poema feito de carne que andava e proliferava por toda a vastidão do conhecido.

(Coisa Frágeis - Neil Gaiman)



domingo, 25 de outubro de 2009

Há só tu dei-te o que não tinha
assistimos juntos à andorinha
desfiz-me em pedaços de ternura
quando a tua mão tocou a minha

quero lá saber do eu
ainda querer saber
de alguma coisa
parecida com a nossa

diferente da tua
a frase que aqui falta
é de vez em quando
se não te importas
dares pela minha falta

Joaquim Castro Caldas

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Kurt Halsey
*
... Nada me une ou divide. Nada me retém.
Sentas-te onde me sento no teu colo
e peço sempre a mesma história . A tua voz
cria as memórias que hei-de ter .
(...)
Rosa Alice Branco

sábado, 17 de outubro de 2009

Vadim Gannenko
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É tão bom começar a manhã com tudo o que

queremos ser neste dia, olhar sem medo pela

janela, ensaiar uns passos fora da pele.

Já não somos nós, nem mesmo é nosso o dia.

Tropeçamos nos olhos espantados à voltado que vemos,

precipitamo-nos para dentro e é tudo

o pouco que fizemos.

Dizemos que a pele

é a nossa casa, enumeramos as assoalhadas,

a arquitectura sólida, as vantagens de grades

nas janelas.

Depois fica-se triste até ao fim do dia.

Há quem faça compras ou coma chocolate,

quem diga mal de todos, quem não acorde a espreitar

pela pele como ser outro, mas ele está a dois passos,

a respiração, a temperatura, o olhar, o corpo móvel

que se afasta levando o horizonte e só nos resta

sonhar com a manhã seguinte e todos os dias –

- todos os dias - mentimos para dentro da pele.

Rosa Alice Branco

sábado, 10 de outubro de 2009

Llorandote

Ana Catalina Betancourt
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Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado:
pensava que, somando as compreensões, eu amava.
Não sabia que,
somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente.
Porque eu,
só por ter tido carinho,
pensei que amar é fácil.
Clarice Lispector

quarta-feira, 7 de outubro de 2009


by Cy Paulino

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Eu aprendi......que ignorar os fatos não os altera;

Eu aprendi......que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;

Eu aprendi......que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi......que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi......que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi......que as oportunidades nunca são perdidas;

alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi......que quando o ancoradouro se torna amargo

a felicidade vai aportar em outro lugar;

Eu aprendi......que não posso escolher como me sinto,

mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi......que todos querem viver no topo da montanha,

mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;

Eu aprendi......que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.

(Boa noite, Amor )
William Shakespeare