
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.
(In "Vozes e Olhares Femininos" -
Edições Afrontamento – Porto – 2001)
Maria Tereza Horta
1937
Nenhum comentário:
Postar um comentário