quarta-feira, 7 de maio de 2008

  • Pensar no final de um amor, de uma amizade, de um sonho...
    Isso deixa qualquer um triste... Ler 'Fala comigo' deixa qualquer um triste...
Tennessee Williams e seus estranhos.

Mas aí pensar em Pollyana (lembra?) deixa a gente mais alegre:
a certeza de que tudo vai dar certo no final.
Uma nova chance, um novo amor, uma vida nova.

Nós nos sentimos recomeçando.
Do zero. Muito bom isso.
Co-ra-gem. Pra colocar um ponto final e pra acreditar que agora vai ser diferente.
Não ‘voltar para a cama’ e sim sair pela porta e ir para onde ‘a ansiedade desaparecerá’.

Nós não queremos só falar, queremos muito mesmo é fazer.
É isso sim que a gente quer e espera da vida, é isso que a gente busca na arte.

Cynthia Paulino e Paolo Mandatti

É isso : Cynthia, Paolo, Luiz Arthur, Samira





terça-feira, 6 de maio de 2008




EU SOU DEUS PRESENTE EM TUDO QUE FAÇO
E POR ISSO O FAÇO.


EU SOU A PRESENÇA QUE ATRAI O POSITIVO
E REPELE O NEGATIVO.





segunda-feira, 5 de maio de 2008

Vem aí . . .

Diário de ensaios Abril e Maio . Vem aí .
Muito bom para colocar a cabeça e as idéias no lugar .
E enquanto isso, Walt Whitman:
O Captain! My Captain!

1O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done;

The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won;

The port is near, the bells I hear, the people all exulting,

While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring:

But O heart! heart! heart!
5
O the bleeding drops of red,

Where on the deck my Captain lies,

Fallen cold and dead.


2O Captain! my Captain! rise up and hear the bells;

Rise up—for you the flag is flung—for you the bugle trills;
10
For you bouquets and ribbon’d wreaths—for you the shores a-crowding;

For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;

Here Captain! dear father!

This arm beneath your head;

It is some dream that on the deck,
15
You’ve fallen cold and dead.


3My Captain does not answer, his lips are pale and still;

My father does not feel my arm, he has no pulse nor will;

The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done;

From fearful trip, the victor ship, comes in with object won;
20
Exult, O shores, and ring, O bells!

But I, with mournful tread,

Walk the deck my Captain lies,

Fallen cold and dead.
(tradução)
Oh capitão! Meu capitão!
nossa viagem medonha terminou;
O barco venceu todas as tormentas,o prêmio que perseguimos foi ganho;
O porto está próximo, ouço os sinos, o povo todo exulta,
Enquanto seguem com o olhar a quilha firme,
o barco raivoso e audaz:Mas oh coração! coração! coração!
Oh gotas sangrentas de vermelho,
No tombadilho onde jaz meu capitão,Caído, frio, morto.
Oh capitão! Meu capitão!
erga-se e ouça os sinos;
Levante-se - por você a bandeira dança - por você tocam os clarins;
Por você buquês e fitas em grinaldas - por você a multidão na praia;
Por você eles clamam, a reverente multidão de faces ansiosas:
Aqui capitão! pai querido!
Este braço sob sua cabeça;
É algum sonho que no tombadilho
Você esteja caído, frio e morto.
Meu capitão não responde, seus lábios estão pálidos e silenciosos
Meu pai não sente meu braço, ele não tem pulsação ou vontade;
O barco está ancorado com segurança e inteiro, sua viagem finda, acabada;
De uma horrível travessia o vitorioso barco retorna com o almejado prêmio:
Exulta, oh praia, e toquem, oh sinos!
Mas eu com passos desolados,
Ando pelo tombadilho onde jaz meu capitão,caído, frio, morto.

From: samira To: cy

"O fato é que, tendo uma vez se encontrado na parte secreta deles mesmos, resultara na tentação e na esperança de um dia chegar ao máximo.
Que máximo?
Que é, afinal, que eles queriam?
Eles não sabiam, e usavam-se como quem se agarra em rochas menores até poder sozinho galgar a maior, a difícil e a impossível; usavam-se para se exercitarem na iniciação; usavam-se impacientes, ensaiando um com o outro o modo de bater asas para que enfim — cada um sozinho e liberto pudesse dar o grande vôo solitário que também significaria o adeus um do outro. Era isso? Eles se precisavam temporariamente, irritados pelo outro ser desastrado, um culpando o outro de não ter experiência. Falhavam em cada encontro, como se numa cama se desiludissem.
O que é, afinal, que queriam? Queriam aprender. Aprender oquê? eram uns desastrados.
Oh, eles não poderiam dizer que eram infelizes sem ter vergonha, porque sabiam que havia os que passam fome; eles comiam com fome e vergonha. Infelizes? Como? se na verdade tocavam, sem nenhum motivo, num tal ponto extremo de felicidade como se o mundo fosse sacudido e dessa árvore imensa caíssem mil frutos.
Infelizes?
se eram corpos com sangue como uma flor ao sol. Como? se estavam para sempre sobre as próprias pernas fracas, conturbados, livres, milagrosamente de pé, as pernas dela depiladas, as dele indecisas mas aterminarem em sapatos número 44.
Como poderiam jamais ser infelizes seres assim?
Eles eram muito infelizes. Procuravam-se cansados, expectantes,forçando, uma continuação da compreensão inicial e casual que nunca se repetira — e sem nem ao menos se amarem. O ideal os sufocava, o tempo passava inútil, a urgência os chamava — eles não sabiam para o que caminhavam, e o caminho os chamava. Um pedia muito do outro, mas é que ambos tinham a mesma carência, e jamais procurariam um par mais velho que lhes ensinasse, porque não eram doidos de se entregarem sem mais nem menos ao mundo feito. (...)
O tempo ia passando, nenhuma idéia se trocava, e nunca, nunca eles secompreendiam com perfeição como na primeira vez em que ela dissera que sentia angústia e, por milagre, também ele dissera que sentia, e formara-se o pacto horrível. E nunca, nunca acontecia alguma coisa que enfim arrematasse a cegueira com que estendiam as mãos e que os tornasse prontos para o destino que impaciente os esperava, e os fizesse enfim dizer para sempre adeus. Talvez estivessem tão prontos para se soltarem um do outro como uma gota de água quase a cair, e apenas esperassem algo que simbolizassea plenitude da angústia para poderem se separar."
Clarice.

Diário de ensaios - Março 2008

A Mulher sozinha OK. Água OK. Papel OK. Levanta, senta, fala OK.
Ele OK . Rasgando papel, picando papel OK.
Ladainha sem graça. Gestos, tristeza, distância entre os dois, personagens e atores.
Silêncio. O livro dela. A estória, repetir é bom, gaguejar é bom.
Buscar cumplicidade.
Eu não terei a menor idéia... Arruma a bagunça.
Não desgruda os olhos dela! Acabou? Tudo volta...

Garrafas e mais garrafas OK. A cadeira OK. As revistas e a tesoura OK.

Definir data de estréia. Maio? Maio e Junho OK.

Variar mais, intensidade, descontrole.
Gestos ainda no meio do caminho.
Começa música, 1/2/3.
Achar um pouco de graça dele.
Vai e vem do ... Silêncio.
Não deita para ouvir, fica sentado!
Que sofrimento é esse???
Ela lendo alto, muito alto, mais que a música. Abraça com vontade, com saudade. EU QUERO IR EMBORA.
Cara de nada.
Dança, dança, dança.
Ela na parede, ele rezando.

Disco arranhado, música x 3 OK, mulher sem braços, ela assusta.
Flexões OK, murro no peito OK.
Me dá um gole d'água?
Bebidas que nem tinham sido abertas...
Barulho de ocupado, tum, tum, tum.
Bruce Lee. Pit Bull OK.

Tempo Perfeito, movimentação OK.
Boa entrada dele, boa a troca de olhares: começou.
Mão na boca, rosto mais expressivo (exagera!).
Lá onde? Cansaço dele. Irritação dela.
Faz tanto tempo que não... Fuga. Congela.
Escolher frases preferidas do livro.
Tira essa mão da cabeça!!!
Ela fala.
É a primeira vez que ele ouve tudo isso?
É a primeira vez que ela fala tudo isso?

domingo, 4 de maio de 2008


Ela sozinha. Ele chega. Ele dorme. Ela sozinha.
Le Parapluie
Et Musique : Georges Brassens

Il pleuvait fort sur la grand-route
Ell' cheminait sans parapluie
J'en avais un, volé, sans doute
Le matin même à un ami
Courant alors à sa rescousse
Je lui propose un peu d'abri
En séchant l'eau de sa frimousse
D'un air très doux, ell' m'a dit " oui ".

Un p'tit coin d'parapluie
Contre un coin d'paradis
Elle avait quelque chos' d'un ange
Un p'tit coin d'paradis
Contre un coin d'parapluie
Je n'perdais pas au chang', pardi !

Chemin faisant, que ce fut tendre
D'ouïr à deux le chant joli
Que l'eau du ciel faisait entendre
Sur le toit de mon parapluie !
J'aurais voulu, comme au déluge
Voir sans arrêt tomber la pluie
Pour la garder, sous mon refuge
Quarante jours, quarante nuits.

Mais bêtement, même en orage
Les routes vont vers des pays
Bientôt le sien fit un barrage
À l'horizon de ma folie !
Il a fallu qu'elle me quitte
Après m'avoir dit grand merci
Et je l'ai vu', toute petite
Partir gaiement vers mon oubli

Ensaio - Fala comigo doce como a chuva






sábado, 3 de maio de 2008

É...

É... ficamos um tempo sem postar, acho mesmo que muito porque as idéias ainda estão embaralhadas na cabeça, o tempo voa e estamos todos atarefados demais...

Isso de direção... Meus Deus, hoje eu sou reticências!

Me sinto algumas vezes mãe de filhos crescidos e cheios de opiniões e vontades e decisões. Um saco! Mas ao mesmo tempo um descanso.

Quero, antes de tudo, deixar o HOMEM e a MULHER respirarem, ator sofre cobrança demais o tempo todo, corpo - voz - entendimento - verdade ...

Me sinto muitas vezes sozinha. A maior parte das vezes. Triste. A chuva 'chovendo' dentro do meu peito. Só Paolo me conforta. E me entende, eu acho.

Insegurança. Sensação de que os atores duvidam da minha condução, de que não precisam dela...
Mãe, né? Os atores são por vezes arrogantes, generosos, petulantes, carinhosos, imprevisíveis, lindos, surpreendentes.
Os meus atores são, além de tudo, maravilhosos. Cheios de medo e coragem.

Sempre confiei nos meus diretores e quando a confiança se perdeu ... Quero ser isso, quero ser conforto. Mas também sei que preciso ser enfrentamento. E desconforto. O ator precisa disso:
...

Sou ciumenta com minhas crias, sempre foi assim, ai de quem pegasse no colo minhas bonecas...

O cenário atuando, o figurino atuando, a música, o texto, Ann e Joshua

A ANSIEDADE DESAPARECERÁ ... Hoje eu só quero isso ...

Cynthia





Chanson Blanche Neige Un jour mon prince viendra

Blanche-Neige] Il est si merveilleux, Comment résister ... Un jour, mon Prince viendra, Un jour, on s'aimera, Dans son château, heureux, s'en allant Goûter le bonheur qui nous attend ! [Grincheux]- Mouais ... Grotesque ! [Blanche-Neige] Quand le printemps, un jour, Ranimera l'amour, Les oiseaux chanteront, Les cloches sonneront, L'union de nos coeurs, Un jour ...

Neve branca!
É tão maravilhoso Como resistir ...
Um dia, meu príncipe virá,
Um dia, nós nos amaremos,
Em seu castelo, feliz caminhando
Saborear a felicidade que nos espera!
[Sorrico largo] -- Mouais ... Grotesco!
[Neve branca] Na primavera, um dia,
O amor reanimará,
Os pássaros cantarão,
Os relógios dos sinos tocarão,
A união de nossos corações,
Um dia ...

A arte de perder não é nenhum mistério

Exato momento exatinho de perder-se.
Descontruir. Ai, eu que sou tão apegada a uma revista velha que fosse!
Ann e Joshua, no limite,s. Hoje Mônica disse uma coisa muito boa: que a gente só estranha o que a gente reconhece. Bom de apostar. Estou sim buscando um absurdo plausível, esse todo meu sonho. Um absurdo esse todo que respira com o mundo, o espaço. Sim, tem que reaproximar. Pra estranhar.
Estava apostando demais no autismo de "Ann". Deixarei vestígios.
Fico fazendo reflexões paralelas ao post e à peça. Fico fazendo pensamentos sobre Teatro também. O tempo todo. Questionável sem fim, cheio de curvas. Mas, parece que ele parece ser perfeito. Com seus lugares, a gente acaba dizendo o indizível. Acho que ele vale por isso, quando a gente consegue dizer o o que é não-dizível pela vida vivida. Sabe? Eu só procuro isso no teatro. Um desassossego.
E a peça é Fala comigo doce como a chuva. Meu Deus, se alguém se esforçasse tanto não conseguiria um nome tão perfeito nos dias de hoje. Falar como a chuva, docemente. Afinal quem já não deu um sorriso de canto de boca quando ouviu a chuvar cair num imprevisto? Se ela caísse agora eu até choraria. Quem já não parou tudo pra ouvir o barulho...da chuva? Quem já não teve respeito por ela?
Chuva, um recado. Parece.
Samira