sábado, 28 de março de 2009

http://jbonline.terra.com.br/leiajb/noticias/2009/03/27/cultura/evocacoes_de_infancia_e_loucura.asp

(...)No Fringe, os quase 300 espetáculos oferecidos a plateias, vazias e apáticas na grande maioria das vezes, são confrontados com números do diretor geral do festival, Leandro Knopfholz. Das 213 mil cadeiras disponíveis nos 14 dias do festival curitibano, 180 mil deverão se ocupadas até o final, neste domingo. Dessas, 54 mil devem ser preenchidas pelo público da Mostra, enquanto as restantes aguardam o público no Fringe. São números expressivos, tanto em uma quanto em outra, mas a excessiva oferta do Fringe, a distribuição dos espetáculos pelos mais diversos espaços num mapeamento que inclui das ruas até auditório de hospital, e a dúbia qualidade de tantas delas, faz com que seja difícil estabelecer algum critério para assisti-las.

O Fringe abriga 130 peças de Curitiba, oportunidade para que a produção local possa ser vista em perspectiva. Não é animador o que se constata apenas pelos títulos de algumas (A gorda e o anão, A origem dos babacas, Divorciadas, evangélicas, vegetarianas, Eu quero sexo – parte 8, Formigas glitter). Ainda que predominem, não são únicas, também podem ser vistas montagens que respeitam a inteligência do espectador. Com todas as suas limitações, Melan & Colia tenta desenvolver a partir da técnica de clown uma narrativa inspirada em Beckett. Delicadas embalagens explora com algum sopro juvenil as possibilidades de linguagem de trama adolescente. E Árvores abatidas, adaptação do cáustico romance do austríaco Thomas Bernhardt, na encenação de Marcos Damaceno oferece à atriz Rosana Stavis a oportunidade de um solo provocativo.

Do Rio vieram alguns espetáculos, como Uber, com Luis Salém, A valsa nº 6, direção de Ricardo Kosovski, Perdoa por me traíres, versão de Cláudio Handrey e outras mais, como A ronda, experiência frustrada da diretora Alessandra Vanucci em explorar os escaninhos da comédia na violência carioca. E Dizinbolsa, processo em torno de Dias felizes, de Beckett, pela atriz Ruth Mezeck. De Minas, Fala comigo como a chuva, visão performática do texto de Tennessee Williams pela diretora mineira Cynthia Paulino se destacou em meio a tanto disparos na água.

Macksen Luiz
Sexta-feira, 27 de Março de 2009 - 00:00


--------------------------------------------------------------------------------

Nenhum comentário: