quinta-feira, 29 de maio de 2008

O nosso lugar (carta em resposta)

Nossa senhora, essa me balançou... Porque eu entendo muito agora essa coisa quente de 'encontrar o meu lugar' na arte, o lugar onde eu quero estar. E encontrei com vocês. Acredito mais que nunca que essa angústia que sempre nos acompanhada é necessária até certo ponto, porque podemos também encontrar um ponto onde as coisas são mais tranquilas sem deixar de ser intensas e verdadeiras, acho que o nome é 'querer fazer e junto'. Sem sofrimento. Querer e acreditar. E cuidar também, um do outro. Eu acredito que estou aprendendo a dirigir do meu jeito: gosto de 'tomar conta', gosto de cuidar de cada detalhe, eu gosto de cuidar de cada frase, de cada gesto, eu gosto muito e com vocês descobri que eu posso fazer isso e que é muito como quando criança começa a andar, incentivando é que ela dá um passinho depois do outro, deixando livre e ficando sempre por perto é que ela toma confiança e corre.
Com o 'Fala' eu recomecei e isso é bonito demais, eu me apaixonei de novo, eu passei a acreditar de novo e esse nosso encontro hoje é pra sempre, esse momento agora é nosso pra vida inteira, nós experimentamos e provamos que um trabalho em grupo é possível e que ele precisa sim de momentos de tensão e choque e chateação mas que ele também é mais. É prazer, é sentir que desse jeito vale a pena dormir pouco, ferver a cabeça, chorar muito, arriscar mais, amar demais, ser passional, ser perfeccionista, ser a gente no mais fundo. Eu gosto demais disso: co-ra-gem. Engolir seco e enfrentar o medo, vencer o medo, aceitar a alegria. Eu aceitei.
Então Salsa, em você eu encontro essa força e loucura que toda mulher deve ter, esse cuidado, dedicação e empenho que toda atriz deve ter, essa fogueira que todo artista de verdade tem. Minha amiga, minha Salsa.
Luiz Arthur, você é o meu Marlon Brando: absurdo, inquieto, irressistível. O cara. O 'amor da minha vida'.
E Paolo... Palolo, você é meu companheiro na brincadeira e brincando a gente faz acontecer tudo. Com você me sinto assim, aprendendo o tempo todo, um prazer em discutir tanto o traço suave das linhas japonesas, as texturas dos tecidos, as músicas que bambeiam nossa perna quanto o meu ou seu desejo mais profundo. Você, amore, é meu irmão.
Bom demais estrear e saber que estamos só começando.
Cy

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