" e assim estavam os dois ali, lado a lado, quase de mãos dadas.
Digo quase porque lhes faltava ainda um vento forte de coragem, daquele que despenteia todo o cabelo que acabamos de arrumar diante do espelho...
Quase se falavam também, sim, isso mesmo, quase, porque diziam algumas poucas palavras e já se entendiam tanto que por momentos ficavam mesmo só se conhecendo em silêncio, aquele "eu também, olha só, que coincidência" nem era mais importante, tudo tão simples e certo.
Ela olhava pra ele e ele sentia que ali era o seu lugar e quando ele olhava para ela então ali estava sua casa e nada no mundo poderia fazer com que aquela certeza não governasse o seu coração , estavam os dois quase de mãos dadas e era como se estivessem mesmo abraçados, às vezes o braço de um roçando no do outro, essas coisas, essas coisas.
Fiquei muito tempo observando os dois, quieta, como se assistisse a um filme.
Estavam tão um no outro que não notavam ninguém mais, a tarde ali era deles.
Fiquei então pensando em como seria bom se pudéssemos fazer com que o vento, aquele que despenteia o cabelo, soprasse assim tão forte que então ele tivesse coragem e a segurasse pela mão para que ela não voasse pra longe e daí para um beijo seria coisa de segundos e a música subiria até muito muito muito alto e todos perderíamos a vergonha de chorar porque a tarde e o beijo e os dois tudo seria tão lindo e perfeito e que a partir dali só mesmo "felizes para sempre"... Não, eles não eram jovens e nem bonitos, e talvez por isso mesmo tão perfeitos e ... o amor assim, lindo. "
quarta-feira, 21 de maio de 2008
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